quinta-feira, 13 de novembro de 2008

ela tinha umas mãos nodosas e quentes. as minhas pequenas e esguias cabiam lá dentro. ficavam fechadas dentro das dela e aquele calor era suficiente para aquecer o meu corpo lingrinhas e aquele calor era a única coisa que acalmava as minhas angústias de a criança. a minha avó-tira-medos foi-se embora há três anos e na última vez em que a vi, quando me ia embora com um nó que n cabia na minha garganta, ela voltou a agarrar as minhas mãos de adulta entre as dela. ela ia. não tinha medo. eu tinha muito, muito, muito. sabia que aquele calor estava a arrefecer, mas ainda lá estava e ela aqueceu-me ali, no fim, só para me tirar o medo de que ela se fosse embora. que falta me fazes hoje avó-tira-medos e que saudades desse calor que ainda sinto nas minhas mãos

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